15/08/2022

Faxina emocional

Aprenda a identificar práticas rotineiras no seu lar que podem estar comprometendo o seu bem-estar emocional

“A casa deve ser o baú do tesouro da vida”, disse Le Corbusier, um dos mais importantes arquitetos do século 20. A casa é nosso porto seguro e nosso santuário. É onde recarregamos nossas energias, descansamos, nutrimos e, recentemente, também é onde trabalhamos, estudamos, nos exercitamos. Ainda, é o local onde recebemos nossos amigos e entes queridos.

O estado do ambiente também é capaz de influenciar diferentes aspectos da nossa vida. Bagunça, sujeira, acúmulo, desorganização e móveis bloqueando espaços, podem esconder sentimentos e emoções. Da mesma forma, um ambiente arejado e harmonicamente organizado pode refletir em bem-estar, equilíbrio e ativar o fluxo de energia para todos os moradores da casa.

Aliás, não tem como não falar de casa sem olhar para como a pandemia mudou a nossa relação com o lar nos últimos dois anos. Segundo uma recente pesquisa feita pelo Google com 1.000 brasileiros conectados, 42% acreditam que com a chegada da pandemia a relação com a casa mudou: passaram a dar mais valor e se sentem mais conectados a ela.

Depois de um período turbulento e de muitas adaptações, uma limpeza profunda e completa em casa pode ser uma experiência rica. E não apenas no sentido de desinfetar os cômodos, mas também de organizar a bagagem emocional que muitas vezes fica acumulada em nosso lar.

A designer e escritora Ingrid Fetell Lee escreveu um artigo em seu site, The Aesthetics of Joy (A estética da alegria), lembrando como alguns objetos espalhados pela casa podem nos remeter a uma carga emocional, fazendo com que revivamos sentimentos como culpa, vergonha, ansiedade e arrependimento.

“Isso ocorre porque, quando os gatilhos para emoções difíceis estão presentes em nosso espaço, é impossível escapar de sua influência. Mesmo que olhemos para algo apenas uma vez por dia, somos confrontados com essa emoção 30 vezes por mês! Não estamos agindo ou aprendendo com isso. Isso está minando nossa energia e nossa alegria.”

Por exemplo, a culpa. “A culpa surge de coisas que sentimos que deveríamos fazer, mas não fazemos por um motivo ou outro”, lembra. É como aquele aparelho de ginástica que você comprou no começo da pandemia e não usou até hoje: está lá no canto empoeirando empoeirado e, cada vez que você olha para ele, se sente frustrada por não ter conseguido praticar exercícios. Talvez seja o momento de tirá-lo de vista e buscar outras alternativas para exercitar seu corpo.

Compartilhar conhecimento de qualidade é a nossa genuína contribuição. Usufrua e compartilhe com quem você ama!